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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando surge a ideia de se utilizar suplementos alimentares



 Suplementos Alimentares



        Quando surge a idéia de se utilizar suplementos alimentares, o primeiro conselho é que o atleta procure uma nutricionista esportiva capacitada para responder à necessidade de se suplementar, ou não, e de que maneira. Muitas vezes a alimentação do indivíduo está ruim e basta algumas modificações e uma reeducação alimentar para se notar bons resultados.
       O excesso de alguns suplementos, como por exemplo o whey protein (proteína isolado do leite), bem como o consumo de outros macronutrientes (carboidrato e gordura) pode prejudicar os objetivos do aluno. Isso porque as proteínas não podem ser estocadas como combustível de reservas (o que acontece com os carboidratos-glicogênio). Desta forma, se a suplementação não for necessária, como em treinos de baixa intensidade e/ ou volume, o aluno acabará ingerindo mais calorias do que necessita, estocando-as sob a forma de gordura.
    A suplementação de maneira intensa não é condição obrigatória para se conseguir atingir bons resultados na musculação. O que o atleta deve buscar é ter uma alimentação adequada em calorias e nutrientes (dentre eles a proteína) para o seu objetivo e intensidade de treino. O uso da suplementação irá depender da disponibilidade de alimentos e da capacidade de suportar a ingestão de acordo com a sua demanda de energia e da necessidade de se obter uma rápida absorção após treinos muito desgastantes.
   A proteína é o principal componente orgânico dos nossos músculos, o que nos leva a inevitável conclusão que estimular a síntese protéica significa estimular o processo de construção muscular. Uma das principais preocupações para que isto ocorra é através da ingestão adequada de proteínas. Então qual seria a quantidade ideal?
    A ingestão de proteína acima do recomendável por pessoas sedentárias, resulta no aumento de peso devido ao aumento na quantidade de calorias ingeridas.
    Vale a pena lembrar que 1g de proteína corresponde a 4 Kcal e que 1g de carboidrato possui o mesmo valor energético. Portanto, cuidado com o excesso!
   Além disso, resultados de diversas pesquisas mostram que na busca pelo anabolismo, não devemos nos preocupar somente com a proteína, uma vez que a ingestão concomitante de carboidratos aumenta o potencial anabólico da refeição, de modo que a resposta à ingestão combinada de glicose e aminoácidos é superior à soma de cada uma destas respostas. Deve-se lembrar que carboidratos e gorduras têm efeito poupador de proteína, ou seja, uma ingestão equilibrada de nutrientes prevenirá que seus tecidos sejam degradados para obter energia.
    Para os atletas, a massa muscular não aumenta simplesmente graças ao consumo de alimentos ricos em proteínas. Como já falamos, a proteína em excesso pode aumentar o porcentual de gordura, além de predispor aos efeitos colaterais, particularmente uma sobrecarga para as funções hepática e renal. A principal contribuição das proteínas dietéticas consiste em fornecer aminoácidos para os vários processos anabólicos. O corpo necessita de 20 aminoácidos diferentes, sendo alguns “não-essenciais” (produzidos pelo próprio organismo) e os restantes “essenciais” (como não são sintetizados pelo organismo, têm de advir da alimentação); são aminoácidos essenciais: valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, metionina, treonina, lisina, triptofano e histidina (McARDLE et al., 2003).
    Segundo alguns estudos, a recomendação de ingestão de proteínas para indivíduos adultos sedentários (0,8 g/kg/dia) não é suficiente para dar suporte à maior demanda energética imposta pelo trabalho muscular em alguns esportes, e pode limitar o desenvolvimento muscular de indivíduos engajados em programas de treinamento voltados para o aumento da massa muscular (treinamento de resistência). Com a prática de exercícios aeróbios, a necessidade de proteínas parece estar aumentada, principalmente devido ao aumento da intensidade do esforço.
    Assim, atletas que praticam exercício físico de alta intensidade têm a ingestão recomendada de proteínas aumentadas, enquanto àqueles que praticam exercício aeróbio moderado é descrito uma necessidade protéica diária igual ao recomendado para as populações sedentárias.
   Sabidamente, a síntese de proteína durante um exercício se encontra inibida, e o grau dessa inibição é determinado principalmente pela intensidade e duração do exercício, assim como, pelo tipo de atividade realizada. No entanto, após uma hora do término do exercício apesar de ainda estar ocorrendo catabolismo de proteínas, a sua síntese começa a dar início e atinge seu ápice após 3 horas, onde nessa situação a síntese passa a predominar sobre a degradação. Esse momento, então, é considerado por alguns pesquisadores o melhor para ingerir proteínas, devido a disponibilidade de aminoácidos ativar sua síntese.                      Dessa forma, a combinação do estímulo do exercício com a ingestão de proteínas, associados a oferta adequada de carboidratos favorecem a síntese protéica no organismo, além de atenuar a proteólise (quebra de proteínas). Esses efeitos conjuntamente favorecem o ganho de massa muscular.
     A magnitude do estímulo do exercício como a intensidade, freqüência, e duração, assim como, o nível de treinamento prévio, e a composição da dieta, podem afetar o requerimento de proteínas, levando a um aumento da sua necessidade, dependendo do caso, acima das recomendações supracitadas. Entretanto, a quantidade exata necessária para satisfazer à demanda imposta pelos diferentes exercícios deve ser minuciosamente analisada por um profissional capacitado. Ressalta-se, então, que a suplementação deve ser feita sob a orientação de um Nutricionista Esportivo; este profissional conhece as peculiaridades de cada produto. Na verdade, a suplementação costuma ser dispensada de acordo com o tipo de esporte praticado, pois a ingestão entre 1,2 e 1,8 grama de proteína por quilo de peso corporal diariamente na forma de alimentos protéicos elimina a necessidade de consumir proteína suplementar, fornecendo toda a gama de aminoácidos essenciais. Assim sendo, o tipo e quantidade de suplemento devem ser adequados para produzirem o efeito desejado, sem ter prejuízos à saúde do atleta.
Em 14 de novembro de 2008, a ANVISA propôs novas regras para os alimentos destinados aos atletas encontradas na Consulta Pública nº60. Os Alimentos para Praticantes de Atividade Física passariam a ser denominados como Alimentos para Atletas, pois de acordo com Maria Cecília Brito, diretora da ANVISA, “a evolução do conhecimento científico sobre nutrição indica que esses alimentos devem ser consumidos apenas por pessoas que pratiquem exercício físico de alta intensidade, com o objetivo de rendimento esportivo ou de competição”.
      Alerta-se ainda àqueles que praticam atividade física de forma regular ou esporádica com objetivo de promoção da saúde, recreação (lazer), estética, aptidão física, condicionamento físico, inserção social, desenvolvimento de habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional que essa categoria de alimentos não deve ser consumida por este grupo sem a orientação de um profissional, visto que, uma alimentação adequada, equilibrada e variada consegue atender às necessidades nutricionais desses indivíduos.

De acordo com a Consulta Pública, os alimentos protéicos devem ser renomeados como "suplementos protéicos para atletas", e definiram-se os seguintes parâmetros:

 

a) A composição protéica deve ser constituída de 100% de proteínas com PDCAAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score - Digestibilidade protéica corrigida pelo escore aminoacídico) acima de 90%

 b) O produto deve conter no mínimo 20% da IDR de proteína para adultos na porção.

c) Para fins de atendimento aos requisitos específicos dos alimentos protéicos, a quantidade e a qualidade
 de proteínas se referem ao produto como exposto a venda, sem considerar os ingredientes utilizados na preparação, quando for o caso.

d) Este produto pode conter carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor energético de ambos não supere o percentual energético de proteínas. e) Este produto pode conter vitaminas e minerais até o limite de 100% da IDR destes nutrientes na recomendação diária de consumo indicada pelo fabricante.

A Consulta Pública número 60 está disponível no site da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e pode ser acessada na íntegra através do link:
http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B24416-1-

 

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